quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Musculação e Diabetes Mellitus

       A musculação tem sido recomendada pelas principais organizações desportivas e de saúde do mundo como uma forma de tratamento da diabetes mellitus do tipo II. Inclusive o número de pesquisas envolvendo esse tema vem aumentando consideravelmente.
Uma sessão de musculação com intensidades adequadas pode melhorar a captação de glicose pelo músculo. Isso pode estar associado à translocação do GLUT-4 para a superfície da membrana celular e/ou aumento da expressão do mesmo, aumento de massa muscular e perda de gordura.
Quando utilizada com intensidades adequadas(repetições até a falha concêntrica), amusculação melhoraa resposta dos indicadores de diabetes. Principalmente pela eficiência da mesma em promover o ganho de massa muscular e perda de gordura corporal, fatores que contribuem com a captação de glicose.
Neste sentido, podemos sugerir que o treinamento de força com alta intensidade é uma ótima opção para o tratamento do diabetes mellitus. Inclusive com vantagem expressiva quando comparado ao exercício aeróbio, principalmente na perda de gordura e ganho de massa muscular.
Além disso, a musculação atua beneficamente em algumas variáveis que são fundamentais para atenuar e até mesmo curar a diabetes, como: o aumento do número de proteínas transportadoras de glicose-4 (GLUT-4); aumento da síntese de glicogênio; diminuição da liberação dos ácidosgraxos livres e aumento da entrada de glicose no músculo por meio de uma maior capilarização e um maior fluxo sanguíneo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Prescrição de Exercícios para Diabéticos

Estudos epidemiológicos sugerem que a atividade física pode diminuir de 30 a 58% o risco de desenvolver diabetes. Uma pesquisa realizada na Suécia, por exemplo, concluiu que dieta e/ou exercício com consequente redução de peso corporal, são capazes de reduzir em até 50% os riscos de desenvolver diabetes do tipo II, em homens com tolerância à glicose diminuída. Na China, estudo parecido demonstrou que seis anos de atividade física foram capazes de reduzir a incidência de diabetes em quase 50%.
  O programa de exercícios físicos para diabéticos é extremamente complexo, pluridimensional e multiforme, necessitando ser complementado e interpretado por uma série de exames clínicos e laboratoriais. As exigências específicas de cada diabético devem ser adaptadas as suas reais condições de saúde.
De acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva - ACMS (1996), os diabéticos em geral podem participar dos mesmos tipos de exercícios que os não diabéticos para o seu treinamento físico, 5 a 7 vezes por semana. Entretanto devido a grande variabilidade individual no estado de controle e na resposta apresentada pelo paciente do exercício, é fundamental que o programa de condicionamento físico para esses tenha uma prescrição individualizada, possibilitando a aquisição saudável e segura dos seus benefícios.
A prescrição adequada de um programa de exercício físico para essa população segue sequência determinada: o tipo de atividade a ser recomendada; individualidade biológica; adaptação; intensidade, duração e frequência das sessões de exercício físico; motivação para o comparecimento regular e reavaliação periódica.

Diabetes do Tipo I (DMID)
         Para os DMID, o treinamento deve ser realizado diariamente, pelo fato de auxiliar na manutenção do padrão dieta - insulina regular, 20 a 30minutos, monitorando os níveis de glicemia antes e depois do exercício. A maior frequência do treinamento (de moderada intensidade e baixo impacto) auxilia no controle do peso e no tratamento do diabetes, tendo duração de 40 a 60 minutos, suficiente para um gasto de 200 a 300 kcal por sessão em uma intensidade de 40 a 65% do VO2 máxima.
Entretanto, não existem evidências definitivas que suportem os efeitos benéficos do treinamento físico no controle glicêmico dos diabéticos tipo I. O treinamento aeróbico não modifica os níveis glicêmicos, a hemoglobina glicada ou a dose de insulina em indivíduos diabéticos do tipo I.
Em um estudo realizado, verificou-se que o exercício regular diminuía a necessidade diária de insulina exógena dos pacientes diabéticos do tipo I.
Diabetes do Tipo II (DMIND)
         As maiorias dos estudos demonstram melhora em pacientes diabéticos que se exercitam regularmente, acreditando ser primeiramente devido à potencialização da ação insulínica na musculatura esquelética. O exercício ao aumentar a sensibilidade à insulina em DMIND auxilia no controle do estado glicêmico desses pacientes, devendo, portanto, ser incluído no tratamento dessa doença.
         O exercício moderado pode melhorar a hemoglobina glicosilada e a secreção de insulina, e esses efeitos podem ocorrer independentemente da manutenção ou não da massa corporal. Isto pode sugerir que esses efeitos benéficos não são necessariamente relatados para o treinamento, mas refletem bastante no complemento do efeito do aumento da sensibilidade à insulina após cada sessão de exercício.