quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Prescrição de Exercícios para Diabéticos

Estudos epidemiológicos sugerem que a atividade física pode diminuir de 30 a 58% o risco de desenvolver diabetes. Uma pesquisa realizada na Suécia, por exemplo, concluiu que dieta e/ou exercício com consequente redução de peso corporal, são capazes de reduzir em até 50% os riscos de desenvolver diabetes do tipo II, em homens com tolerância à glicose diminuída. Na China, estudo parecido demonstrou que seis anos de atividade física foram capazes de reduzir a incidência de diabetes em quase 50%.
  O programa de exercícios físicos para diabéticos é extremamente complexo, pluridimensional e multiforme, necessitando ser complementado e interpretado por uma série de exames clínicos e laboratoriais. As exigências específicas de cada diabético devem ser adaptadas as suas reais condições de saúde.
De acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva - ACMS (1996), os diabéticos em geral podem participar dos mesmos tipos de exercícios que os não diabéticos para o seu treinamento físico, 5 a 7 vezes por semana. Entretanto devido a grande variabilidade individual no estado de controle e na resposta apresentada pelo paciente do exercício, é fundamental que o programa de condicionamento físico para esses tenha uma prescrição individualizada, possibilitando a aquisição saudável e segura dos seus benefícios.
A prescrição adequada de um programa de exercício físico para essa população segue sequência determinada: o tipo de atividade a ser recomendada; individualidade biológica; adaptação; intensidade, duração e frequência das sessões de exercício físico; motivação para o comparecimento regular e reavaliação periódica.

Diabetes do Tipo I (DMID)
         Para os DMID, o treinamento deve ser realizado diariamente, pelo fato de auxiliar na manutenção do padrão dieta - insulina regular, 20 a 30minutos, monitorando os níveis de glicemia antes e depois do exercício. A maior frequência do treinamento (de moderada intensidade e baixo impacto) auxilia no controle do peso e no tratamento do diabetes, tendo duração de 40 a 60 minutos, suficiente para um gasto de 200 a 300 kcal por sessão em uma intensidade de 40 a 65% do VO2 máxima.
Entretanto, não existem evidências definitivas que suportem os efeitos benéficos do treinamento físico no controle glicêmico dos diabéticos tipo I. O treinamento aeróbico não modifica os níveis glicêmicos, a hemoglobina glicada ou a dose de insulina em indivíduos diabéticos do tipo I.
Em um estudo realizado, verificou-se que o exercício regular diminuía a necessidade diária de insulina exógena dos pacientes diabéticos do tipo I.
Diabetes do Tipo II (DMIND)
         As maiorias dos estudos demonstram melhora em pacientes diabéticos que se exercitam regularmente, acreditando ser primeiramente devido à potencialização da ação insulínica na musculatura esquelética. O exercício ao aumentar a sensibilidade à insulina em DMIND auxilia no controle do estado glicêmico desses pacientes, devendo, portanto, ser incluído no tratamento dessa doença.
         O exercício moderado pode melhorar a hemoglobina glicosilada e a secreção de insulina, e esses efeitos podem ocorrer independentemente da manutenção ou não da massa corporal. Isto pode sugerir que esses efeitos benéficos não são necessariamente relatados para o treinamento, mas refletem bastante no complemento do efeito do aumento da sensibilidade à insulina após cada sessão de exercício.

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